O mapa representa a costa oeste do
continente africano, a costa oeste do continente sul-americano e o norte
da Antártida. Trata-se de um fragmento de um mapa-mundi, cujas outras
partes nunca foram
encontradas. De acordo com registros escritos pelo
próprio Piri Reis, o mapa foi baseado com base em dezenas de outros.
De início, ninguém deu tanta importância
para o mapa. Algumas cópias foram reproduzidas e enviadas para famosos
museus, mas somente nos anos 50 que ele se tornou mundialmente famoso.
Após uma série de análises, constatou-se
que o mapa possuía centenas de pontos do planeta só conhecidos
oficialmente séculos depois por outros navegadores, além de mostrar
detalhes geológicos incríveis. Para muitos, o mapa só poderia ter sido
desenhado caso o autor soubesse precisamente a circunferência da Terra,
embora alguns dados do mapa não fossem exatos. Um exemplo disso é que a
latitude e longitude de muitos pontos estão corretas, algo que só
soubemos a calcular séculos depois.
Para
começar o enigma, o mapa de Piri Reis mostra
pela primeira vez a América do Norte interligada com a do Sul e indica a
Groelândia e a Antártica, que ainda não tinham sido descobertas. A
riqueza de
detalhes sugere que o documento só poderia ter sido elaborado a partir
de fotografias tiradas de uma altitude elevada, recurso inexistente no
século
16.
As indicações geográficas e projeções do documento são surpreendentemente precisas e, embora se trate de um mapa elaborado no antigo sistema portolano, as posições estão marcadas corretamente quanto à latitude e longitude, técnica que só se tornou possível três séculos depois, em 1790, com a invenção do relógio marítimo adequado.
As indicações geográficas e projeções do documento são surpreendentemente precisas e, embora se trate de um mapa elaborado no antigo sistema portolano, as posições estão marcadas corretamente quanto à latitude e longitude, técnica que só se tornou possível três séculos depois, em 1790, com a invenção do relógio marítimo adequado.
Por esses e outros argumentos, o mapa de Piri Reis encerra um dos maiores mistérios da cartografia, levando milhares de estudiosos, como sempre, a elaborarem todo tipo de explicações pró e contra o documento.
Perdido por três séculos, esse mapa foi redescoberto por historiadores no Palácio Topkapi, em Istambul, em 1929. Seu autor, Piri Reis, foi um almirante otomano nascido por volta de 1465, na atual Turquia. Depois de combater as marinhas espanhola, genovesa e veneziana, sucumbiu aos portugueses em 1554, ao norte do Golfo Pérsico, e foi decapitado.
Junto com o mapa, Piri Reis publicou em 1513 o "Kitab-i Bahieh" ou Livro da Marinha, onde, entre informações gerais, explica que elaborou sua versão cartográfica a partir de 20 outros documentos, dentre os quais alguns manuscritos orientais únicos e até um documento desenhado por Cristóvão Colombo.
Mesmo esta explicação da origem das informações cartográficas redunda em polêmica - por exemplo, as indicações cartográficas de Piri Reis mostram a conformação das regiões polares exatamente como estavam antes da última glaciação e não na situação atual. Qual dos mapas em que ele se baseou poderia conter informações de 10 mil anos atrás? E para referenciar tantos detalhes, Piri Reis precisaria de uma equipe profissional e de levantamento cartográfico aéreo ou espacial - quem teria, há mais de 500 anos, aviões e equipamentos geográficos? Mistério...
Especificamente com relação à Antártica, existe outro enigma: um mapa, desenhado por Oronteus Finaeus em 1532, mostra detalhadamente como é o continente sob o gelo muito antes de ele ter sido descoberto. Modernamente, só pudemos mapear aquela região em 1956, quatrocentos anos depois, com a realização de levantamentos sísmicos.
Um curiosidade do mapa é que as regiões polares estão representadas como
estavam antes da última era do gelo, que aconteceu há 10 mil anos
atrás. E não se sabe onde ou no que Piri Reis de baseou para registrar
informações de um período tão remoto. Além disso, a Antártida
representada no mapa não estava coberta por gelo, e a América e o Pólo
Sul estão conectadas por terra, por isso, alguns cartógrafos acreditam
que a inspiração de Piri Reis veio de algum outro mapa de pelo menos
4.000 a.C.
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