quinta-feira, 25 de outubro de 2012

DESVENDADO O MISTÉRIO DO CALENDÁRIO MAIA.

Uma antigo inscrição foi encontrada em uma floresta da Guatemala, confirmando a “data final” do calendário maia em 21 de dezembro de 2012.
Considerado um dos hieróglifos mais significativos encontrado em décadas, a inscrição de 1.300 anos contém a segunda referência conhecida à “data final”, mas não prevê o fim do mundo.
"O texto versa sobre a história da política daquela época, não uma profecia”, explica Marcello A. Canuto, diretor do Instituto de Pesquisas Mesoamericanas da Universidade de Tulane, em New Orleans.
Esculpida em uma escada de pedra, a inscrição foi encontrada nas ruínas de La Corona, nas selvas densas do noroeste da Guatemala, por uma equipe internacional de arqueólogos chefiados por Canuto e Tomás Barrientos, da Universidade del Valle de Guatemala.
Os arqueólogos fizeram a descoberta quando escavaram diante de um edifício em ruínas, danificado há quase 40 anos por saqueadores que procuravam pedras e túmulos.
"Sabíamos que eles tinham encontrado algo importante, mas acreditávamos que haviam deixado algo para trás”, afirma Barrientos.
De fato, os arqueólogos não só recuperaram dez pedras hieroglíficas descartadas, mas um objeto que os saqueadores sequer notaram: um degrau intocado, com doze pedras primorosamente esculpidas, ainda em sua posição original.
Formada pelo degrau recém-descoberto e os demais blocos saqueados, a escada original continha 264 hieróglifos, o mais longo texto maia conhecido e o maior já encontrado na Guatemala.
Segundo David Stuart, diretor do Centro Mesoamericano da Universidade do Texas em Austin, que decifrou os hieróglifos, a inscrição relata 200 anos da história de Corona.
Com 56 hieróglifos delicadamente esculpidos, a pedra que se refere ao ano de 2012 comemorava uma visita real a La Corona (que os antigos mais chamavam de Saknikte’), realizada pelo governante Yuknoom Yich’aak K’ahk’, da grande capital maia de Calakmul, em 29 de janeiro de 696 d.C.
Também conhecido como Garra de Fogo ou Pata de Jaguar, Yuknoom Yich’aak K’ahk’ havia sofrido uma derrota militar no ano anterior, durante uma guerra com uma inimiga de longa data de Calakmul, a cidade de Tikal (onde hoje situa-se Peten, na Guatemala).
"Os estudiosos acreditavam que o rei de Calakmul havia morrido ou sido capturado nessa batalha, mas o novo texto La Corona revela outra versão”, explica Stuart.
Após a derrota, o governante maia visitou La Corona e talvez outros aliados na tentativa de acalmar seus temores.
Para os arqueólogos, a referência a 2012 seria uma estratégia política do rei de Calakmul para recuperar a confiança de La Corona depois da fragorosa derrota.
A chave para entender a referência a 2012 está em um título peculiar que o rei concedeu a si mesmo, afirmam os pesquisadores.
No texto, ele se intitula "senhor do 13º K’atun”, o rei que presidia e celebrava um importante ciclo do calendário maia no ano de 692.
Para exaltar sua figura e conferir longevidade a seu reinado, o rei maia associou seu nome a uma data no futuro, o próximo período em que o calendário maia retornaria ao número 13: 21 de dezembro de 2012.
"Foi uma época de grande turbulência política, e esse rei achou por bem adotar um ciclo de tempo mais longo, que terminava em 2012", esclarece Stuart.
A descoberta é coerente com a única outra referência à data final nas antigas inscrições maias: o Monumento 6, de Tortuguero, México.
"Essa inscrição revela que, em tempos de crise, os antigos maias utilizavam o calendário para promover a continuidade e a estabilidade, e não para prever o Apocalipse”, conclui Canuto.
Fonte: Discovery Notícias.

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