O "Holandês Voador" (The Flying Dutchman) é o mais
famoso dos navios fantasmas. Sua lenda era muito contada por marinheiros
durante o século XVII e narra que o capitão do navio, em certa ocasião, teria
insistido, ignorando os protestos de sua tripulação, em atravessar o conhecido
Estreito de Magalhães. Ora, a região, desde sua primeira travessia, realizada
pelo navegador português Fernão de Magalhães, é famosa por seu clima instável e
sua geleiras, os quais tornam a navegação no local extremamente perigosa. Ainda
assim, o capitão conduziu seu navio pelo estreito, encarando terríveis
tempestades, das quais ele teria escapado, ao que parece, fazendo um pacto com
o Diabo, em uma aposta em um jogo que o capitão venceu utilizando dados
viciados. Por ter trapaceado, o navio e seu capitão teriam sido amaldiçoados,
condenados a navegar eternamente pelos oceanos, sempre de contra ao vento,
causando o naufrágio de outras embarcações que porventura o avistassem,
colocando-as dentro de garrafas.
Outra versão da lenda conta que o capitão do navio, ao
atravessar uma terrível tempestade no Cabo da Boa Esperança, blasfemou contra
Deus, culpando-o pelo infortúnio, atraindo para si a maldição de continuar
vagando pelos sete mares até o fim dos tempos.
Davy Jones e o Holandês Voador
Nos trópicos equatoriais existem lendas que surgiram no
século XVIII sobre Davy Jones ser o capitão do Holândes Voador. Segundo lenda
popular de marinheiros, ele era um demônio do mar ou, para algumas pessoas, um
deus que atormentava marinheiros até a morte, atraia tempestades para navios
despreparados, confundia capitães e pilotos para os fazer errar a rota de seus
navios e bater em rochedos, ou entrar em correntes marítimas perigosas, tomando
a alma dos náufragos que passaria a integrar a tripulação de seu navio.
A lenda diz que Davy Jones era o capitão de um
navio-fantasma chamado Flying Dutchman (Holandês Voador), que era tripulado por
espíritos marinhos ou por marinheiros naufragados que tinham vendido suas almas
à Davy Jones para sobreviver, tornando-se um servisal no Holandês Voador,
podendo desembarcar por 1 dia a cada 10 anos. O demônio do mar ainda era capaz
de convocar e controlar o monstro marinho Kraken, para que seguisse seus
funestos propósitos.
Davy Jones era na verdade apenas um marinheiro, que,
apaixonado pela deusa Calypso, aceitou sua proposta de imortalidade. Davy
Jones, porém, foi traído por Calypso, e amargurado, arrancou seu coração e o
colocou em um baú, que enterrou em uma ilha longínqua e desabitada, para nunca
mais se apaixonar novamente. Assim, ele vagaria pelo mar eternamente no seu
Holandês Voador coletando almas perdidas de náufragos para a sua sinistra
tripulação. O ódio de Davy Jones, decorrente de seu amor, modificou-lhe a
aparência, transformando-o no demônio terrível que é.
Se um homem encontrar o coração de Davy Jones, que ainda
bate, terá a vida do demônio em suas mãos, e aquele que furar o coração,
matando Jones, será o novo capitão do Holandês Voador.
Até hoje a expressão "Ir para o armário de Davy
Jones" é um eufemismo para aqueles que morrem no oceano.Em antigos
documentos pode-se encontrar registro de um navio real que zarpou de Amsterdã,
em 1680, e foi alcançado por uma tormenta no Cabo da Boa Esperança.
Como um fato real, durante a segunda guerra mundial, o
contra-almirante nazista Karl Donitz, oficial de alto escalão da marinha alemã,
comandante - general da Alcateia de Submarinos, reportou a seu chefe Hitler,
que uma das suas tripulações mais "rebeldes" e atuantes de
submarinistas, tinha comunicado e confirmado em Diário de Bordo de seu
"Lobo do Mar", que não iria participar de uma batalha de corso em
Suez (cidade do Egito), local alvo nazista, pois havia visto o tal Holandês
Voador, e isso era um sinal de fracasso naval. O que foi acatado com muita
naturalidade, tanto por Adolf Hitler como pelo Grande Almirante Donitz.
Outra suposta avistação famosa do navio fantasma acontece no
ano de 1939, quando 100 nadadores que
descansavam na Baía Falsa, na África do Sul, disseram ter avistado o Holandês
Voador a todo o pano navegando contra o vento.
O futuro rei da Inglaterra George V (então com 15 anos) e
sua tripulação de 12 homens em seu navio, o HMS Inconstant, avistaram o
navio-fantasma veleiro que navega contra o vento no Cabo da Boa Esperança.
"Uma estranha luminosidade vermelha como a de um navio fantasma todo
iluminado", "Seus mastros, vergas e velas sobressaíam
nitidamente", "Todavia, instantes depois, não havia nenhum vestígio
de algum barco de verdade" são algumas descrições feitas pelo rei em seu
diário de bordo, no dia 11 de Julho de 1881 quando navegavam em torno da
Austrália. Os diários dos membros da família real registram ainda que mais
tarde, naquela mesma manhã, um
desventurado vigia do HMS Inconstant caiu da trave do mastro principal e
ficou "inteiramente despedaçado". E, ao chegar ao porto de destino, o
Almirante do navio foi acometido de uma doença fatal.
O navio foi visto também em 1632 no Triângulo das Bermudas
(região famosa por ser palco de diversos desaparecimentos de barcos, navios e
até aviões) comandado pelo seu misterioso capitão. Este, segundo o marujo que o
avistou, tinha a aparência de um rosto de peixe num corpo de homem, assim como
seus tripulantes. Logo após contar esse relato, o marujo morreu. Uns dizem que
foi para o reino dos mortos; outros, que hoje trabalha para o capitão do
Holandês Voador.
Fonte: Mundo Misterioso
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