Convém, no entanto, antes de continuar, deixar esclarecido que é
apreciada certa confusão entre as expressões bíblicas "fim do mundo" e
"últimos tempos". Parece que entre estes e aquele haverá uma grande
época de paz, na qual Jesus Cristo reinará de um confim a outro da
Terra, após sua segunda vinda, e que todos seus inimigos ancestrais
cairão a seus pés.
Assim, Isaías (66,15) disse: "... porque vai Yahvé exercer o juízo
com fogo e com a espada a toda carne, e serão muitos os que perecerão
pela mão de Yahvé... Muitas serão as vítimas de Yahvé... lhes darei um
sinal e mandarei a alguns dos sobreviventes para que publiquem minha
glória... E ao sair poderão ver os cadáveres dos homens que se rebelaram
contra mim e serão horror para todo mortal". E Sofonias ameaça com os
seguintes termos (I, 14-17): "Próximo está o grande dia de Yahvé,
próximo e chega velozmente. Já se ouve o ruído do dia de Yahvé e até o
valente dará gritos de espanto! Dia de ira será aquele dia, dia de
tribulações e de angústia, dia de calamidade, e de miséria, dia de
trevas, de escuridão, dia de nuvens e de espessos aguaceiros, dia de
trombetas e de alarmes contra as cidades fortificadas e os altos
torreões. Eu incutirei angústias aos homens e eles caminharão como
cegos, porque pecaram contra Yahvé, seu sangue será derramado como pó e
sua carne atirada como excremento...". E acrescenta Isaías (24, 1-6):
"Por isso a maldição devora a Terra e restará somente um pequeno
número".
O apocalipse segundo São João
Inicia este livro revelado ao apóstolo São João com
as cartas enviadas a sete igrejas, que os experts reputam dirigida
todas elas à mesma, porém em diferentes etapas das história, que
concordam perfeitamente com seu conteúdo. A primeira vai dirigida a
Efeso, que significa ímpeto, e faz referência à inicial expansão do
evangelho. A seguinte, a Esmirna, amargura, indica a época das grandes
perseguições. A terceira foi remetida à Igreja de Pérgamo e corresponde à
etapa de enriquecimento de conhecimentos e florescimento do panorama
religioso. A quarta vai dirigida a Tiatira, triunfo, e abrange a mais
brilhante trajetória do cristianismo, desde o Sacro Império romano, até a
Revolução Francesa. Em seguida, contempla um período de acumulação de
riquezas, que coincide com a missiva remetida à igreja de Sardes, onde
reinou Creso. A falta de religiosidade vai sendo imposta entre os homens
devido ao pouco crédito que merecem os ministros da Igreja, como é
refletido na carta dirigida a Filadelfia, que quer dizer amor entre
irmãos. Somente falta por cumprir-se o conteúdo da sétima, a Laodicea,
juízo de Deus, o qual sem lugar a dúvidas significa um próximo final.
Satanás anda solto
Posteriormente São João nos revela a vinda de
Satanás ao mundo após ter estado "encadeado mil anos", frase que deu
origem à teoria milenarista e na qual, ao estar repetida duas vezes,
todavia se apoiam os que pensam que o planeta não passará o ano 2.000.
Parece evidente que o Diabo assentou-se na Terra, ou ao menos isso dizem
os teólogos e demais estudiosos do tema. Se bem que ainda não temos
provas da chegada do Anticristo, tão anunciada como princípio do fim,
não existe dúvida do relaxamento da moral, a falta de religiosidade, a
escalada de conflitos, o florescimento de novas seitas religiosas e um
acúmulo de circunstâncias que normalmente são associadas a uma
influência predominantemente satânica, entre as quais também caberia
destacar a cada vez mais proliferante aparição de falsos profetas e
enganadores.
O reinado do anticristo
Aparentemente, tanto o profeta Daniel, como 3
Apocalipse se colocam de acordo em conceder um período de reinado sobre a
Terra ao Anticristo de três anos e meio, o que nos leva a pensar que
não se trata de uma idéia mais ou menos contrária a Igreja, como o
comunismo, que indubitavelmente já leva muitos anos em vigência.
Por último, São João nos relata a chegada de sete
anjos, enviados por Deus, que vêm derramar os sete cálices de sua ira em
forma de enfermidades, pragas terrestres e marinhas, colisões
planetárias, guerras e um sem fim de calamidades, que, no entanto, não
deviam de ter comparação com a última delas e' que o mesmo céu lhe
ordena silenciar presumivelmente pela magnitude de seu horror.
Uma leitura detida do Apocalipse nos traria a mente
mais e mais detalhes da proximidade do fim de nosso mundo, que nós
preferimos omitir, por ser a maioria deles repetições de calamidades e
destruições que já ficaram suficientemente referidas. Nem todos os
homens perecerão no fim dos tempos, mas a Terra ficará tão devastada e
tão vazia de animais e de vida, que os poucos sobreviventes que, como
escreveu São João, "buscarão a morte, porém não a encontrarão", terão
que começar novamente a reconstrução da própria espécie e a evolução de
uma cultura distinta que, ao final, talvez fatalmente, conduza ao mesmo
aniquilamento. Voltarão a ser cultivados os campos, e isto é também
profético, os desertos serao pomares, a existência será possivelmente
mais longa e mais feliz, até que chegue, de uma maneira inexorável, o
Juízo Final.
Anticristo
Anticristo ( "opositor à Cristo") é uma denominação
comum no Novo Testamento para designar aqueles que se oponham à Jesus
Cristo, e também designa um personagem escatológico, que segundo a
tradição cristã dominará o mundo nos últimos dias antes que haja a
segunda vinda de Cristo.
O termo anticristo ocorre apenas quatro vezes na
Bíblia, todas elas nas cartas do apóstolo João. As passagens são 1 João
2:18 , 2:22 , 4:3 e 2 João 1:7, onde o termo anticristo é definido como
um "espírito de oposição" aos ensinamentos de Cristo. O Cristianismo
crê, no entanto, que este "espírito" seja uma personificação de um
"messias demoniaco" que virá nos últimos dias. Por essa razão, os
cristãos crêem que este anti-cristo é descrito em outros textos, tais
como o livro de Daniel, as cartas de Paulo (como "o homem do pecado") e o
Livro da Revelação como a "Besta que domina o mundo". Para a Igreja
Católica tal Besta chegou a ser personificada através do imperador
romano Nero.
Ao longo da história, diversas correntes cristãs
acusaram-se entre si ou atribuíram aos seus inimigos a designação de
"anticristos", sendo exemplos de utilização de tais argumentos, a
utilização pela apoiantes ou opositores da Reforma Protestante, durante o
Cisma Papal, nas cruzadas (como referência ao profeta Maomé) e em
diversos outros acontecimentos.
Atualmente, o termo é bastante popular sobretudo no
meio cristão evangélico, que crê no nascimento do Anticristo como uma
pessoa que se oporá aos mandamentos da Bíblia e organizará uma sociedade
baseada em valores outrora atribuídos ao paganismo, onde todos os
cidadãos poderão ser controlados através de uma marca na mão ou na testa
à semelhança da marca que os romanos impunham sobre seus escravos. A
maioria dos evangélicos que crêem neste ensino, no entanto, creem que
não sofrerão nas mãos deste Anticristo uma vez que terão sido
arrebatados. Este Anticristo, por fim, seria derrotado por Cristo em sua
segunda vinda, quando se estabelecer seu reinado milenar.
Outros observadores consideram também que o termo Anticristo poderá estar ligado aos modernos movimentos satânicos.
O Anticristo será um líder que busca a paz
e trava guerras.
Na busca de paz ele será bem-sucedido e enganador; ao travar
guerras ele será destemido e destrutivo. O Anticristo geralmente é descrito na
Bíblia como um guerreiro. Suas atividades são resumidas em Daniel 9.27:
"Ele fará firme aliança com muitos,
por uma semana; na metade da semana, fará cessar o sacrifício e a oferta de
manjares; sobre a asa das abominações virá o assolador, até que a destruição,
que está determinada, se derrame sobre ele."
Em Apocalipse 6.2, João apresenta o
Anticristo ao escrever: "Vi, então, e eis um cavalo branco e o seu
cavaleiro com um arco; e foi-lhe dada uma coroa; e ele saiu vencendo e para
vencer."
Nosso mundo precisa desesperadamente de
paz, pessoas sinceras de vários contextos de vida trabalham e oram diariamente
por uma paz duradoura. Na verdade, como crentes, somos incentivados pela Bíblia
a orar por paz. Ainda assim, a instabilidade política é profunda em muitas
regiões do mundo. A busca de uma paz permanente no Oriente Médio exige muita
atenção e produz muitas manchetes; muitas vidas e carreiras foram sacrificadas
na tentativa de trazer paz à região. Em última análise, no entanto, não haverá
paz duradoura no mundo enquanto ele não for governado por Jesus Cristo, o
Príncipe da Paz.
Quando o Anticristo emergir, será
reconhecido e aceito por causa de sua habilidade como pacificador. Como líder
da confederação multinacional, ele imporá paz a Israel e ao Oriente Médio,
iniciando e formulando um tratado de paz para Israel. O Dr. Walvoord escreve
sobre essa paz:
Quando um gentio, líder de dez nações,
apresentar um tratado de paz a Israel, este será imposto com força superior e
não como um tratado de paz negociado, ainda que aparentemente inclua os
elementos necessários para tal acordo. Ele incluirá a delimitação das
fronteiras de Israel, o estabelecimento de relações comerciais com seus
vizinhos – algo que Israel não tem atualmente, e, principalmente, oferecerá
proteção contra ataques externos, o que permitirá que Israel relaxe seu estado
de constante alerta militar. Também é possível prever que algumas tentativas
serão feitas para abrir áreas sagradas de Jerusalém para todas as religiões a
elas relacionadas.[1]
No decorrer dos séculos, cristãos e judeus
fiéis seguiram a exortação de Salmo 122.6 de "orar pela paz de
Jerusalém." Mas a falsa paz do Anticristo não é a "paz de
Jerusalém." O tratado ou aliança de paz do Anticristo só trará uma paz
temporária e superficial à região. A princípio ela poderá ser eficaz e reconfortante,
mas não durará. Depois de três anos e meio ela será quebrada e os gritos de
alegria serão substituídos por gritos de aflição. Como todas as obras de
Satanás, a vitória proclamada acabará em dor e violência.
Depois desse conflito e da quebra da aliança
com Israel, o Anticristo se declarará líder mundial.
Sem ter que lutar para conseguir isso, ele
governará o mundo como instrumento de Satanás."[3] Seu poder e força
aumentarão, assim como sua tirania, e isso resultará num desafio final da sua
força militar e política, que culminará na batalha de Armagedom (Apocalipse
16.14-16). Como tantos líderes e governantes antes dele, o Anticristo prometerá
paz e travará guerras. Ele entrará num conflito de conseqüências globais – um
conflito definitivo do tipo "quem ganhar fica com tudo" – e será
derrotado e destruído por Jesus Cristo (veja Salmo 2).
Fonte: Chamada
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